domingo, 26 de fevereiro de 2017

Escritora versus Leitora

   Me sinto mais leitora e menos escritora. Ler é mais fácil e menos trabalhoso, caso se queira apenas ler. Conflito por conflito, com a leitura tenho menos altos e baixos. Não estou sempre disposta a ler, tenho fases em que não consigo, estou saindo de uma atualmente. Mas, com a escrita existe mais pausas do que retornos. E mesmo que não me discipline, me cobro. Sinto obrigação de saber analisar um texto, para poder opinar sobre um.
   Mas aí vem a autocobrança: "se não sei escrever, não posso querer que o outro saiba." Por mais que eu precise ser sincera, sinto que não sei o suficiente para opinar em um texto alheio. Então, me cobro saber escrever, mesmo que não seja para escrever. Em contrapartida, penso que não tem um modo correto ou não de opinar. E assim cria-se dentro de mim essa briga, o ser escritor e o ser leitor querendo ambos exisitirem.
   E não sei: por agora há mais um que outro? Digo não saber, pois desconheço se há critérios para considerar um mais atuante. Leio livros, físicos ou virtuais, sejam one-shots, fanfictons, etecetera. Isso me configura ser que lê. Mas o que me configura ser que escreve? Escrevo, sim. Contudo, passo meses sem escrever. Rascunho mais que escrevo. Rabisco ideias imaginadas ou sonhadas, que existe por meros dias, findando sua produção ao findar de minha euforia. É uma espécie de euforia que me toma, uma febre louca de passar o que tá na cuca, para o papel. Mas passa. E a questão que se coloca é: ainda assim posso eu considerar-me ser-escritor?



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